Sunday, 9 January 2022

Os mares do Norte I

Esta (minha e nossa) praia dos anos 60!!! Entre Miramar e Aguda, a beleza dos campos e caminhos estava intacta. A alameda dos plátanos, a estação de caminho de ferro... um lugar de pescadores que então ali havia, até o nome da rua era deles. Íamos sempre de comboio, não havia carro na altura. Sei que a estrada mais perto da praia tinha poucas casas, aliás do lado do mar nenhumas, e a seguir à linha eram pinhais e pinheiros, clareiras onde estendíamos uma manta. (fico num espanto porque disso tenho a certeza: a linha férrea, o caminho e a praia, unicamente...). É assim uma praia "antiga", as fotografias estão arquivadas na adolescência, a preto e branco, a mate... E são as memórias delas, matizadas pelo "Esplendor na Relva" que se vivia, na idade dos projectos, avanços e recuos, que tanto iriam marcar as nossas vidas para sempre. Do que lembro, tínhamos com certeza um ingrediente comum: a "ingenuidade do futuro".

Gosto muito destes lugares, as casas anos 30/40/50 que foram feitas para os privilegiados, os que por ali iam a banhos. Logo adiante, está a Praia da Granja, essa de pergaminhos e palacetes, alguns Arte Nova. Se procurar agora neste motor que busca essencialmente "para compras", há prédios e muitas "residence"! E até vi um andar a custar cerca de 500 mil euros...

É uma praia (ainda) bonita, ampla até chegar aos rochedos baixos e poças de água. Em Setembro quase ninguém e todos os bares de praia ou esplanadas fechados.




Ao longe, Espinho. Nos anos em que por ali se andava não se vislumbravam prédios, só canaviais.

Todos estes passadiços não existiam e protegem agora os cordões das dunas. Mas a verdade é que nesses anos ninguém "estragava" ou sujava como agora.Ou, pelo menos, tinha-se na generalidade, o mesmo respeito e cuidado pela natureza que tenho hoje.



Nesse dia, com o enorme benefício de não haver "nortada"...


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