Saturday, 25 February 2023

Um (novo) intervalo para Lisboa

E é assim, as datas e as festas dos fins de ano. Aproximações, deslocações, algumas confusões. Contudo, rever e andar em Lisboa, apesar do mau tempo, foi-me gratificante. Das contas que fiz por alto, nestas duas décadas, passámos e ficámos em Lisboa mais de 80 vezes. Às tantas, saí mais tempo e deambulei pela capital mais do que passeio aqui... 

Anotações de datas que (nos)são marcantes, como o dia de Reis, aniversários. É para mim, contudo, confrangedor, constatar as mudanças: poderíamos estar em qualquer lado, qualquer cidade, olhando para os anúncios das marcas "da moda", sempre iguais. Em vinte anos, as "cadeias" das lojas multiplicaram-se indefinidamente, aqui ou, pasme-se, na província. Todos temos acesso a tudo mas dá-me mágoa ver desaparecer a identidade das lojas: de tecidos, de cafés, de mercearias, de bonecos, dos talhos, das retrosarias. Falei com a família sobre "a moda" e ninguém me entendeu! Havia correntes e tendências do que se usava lá fora mas o gosto, a moda, eram inventados por cada um. Por ideias originais ou especificidades: manga mais larga, saia menos curta, cores em declinação de tons, botões diferentes, pregas e folhos inesperados.

Tirando as "medidas" que subiram uns pontos!, as golas altas que já não suporto... vestiria tudo o que usei há 40, ou 50, anos. Aliás, vendo fotografias antigas a preto e branco lembro-me perfeitamente das cores e padrões que usava. Mas isto devem ser "coisas minhas"...

Lisboa, então, a baixa e as lojas de repetição ou, como se diz agora, globalizante e inclusivo:



 

A festazinha, as luzes que enfeitam os olhos das crianças



As fadas correndo, os pés que dançam, os passos da descoberta do mundo
E esta casa, por onde passo regularmente desde que conheço a amiga ali perto: os arcos de pedra trabalhada e ferro forjado abertos para o nada, o rendilhado, a miséria e o lixo/abandono

E lá se volta a casa, reconhecendo o caminho das árvores despidas e os montes ao longe. Quando irei aos montes, o Caramulo, o Buçaco?


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