Thursday, 6 April 2023

Em Lisboa por uns dias II

Tínhamos ficado num hotel, vagamente nas Avenidas Novas, muito perto da Gulbenkian. O nome já não o lembro, Sana? Eu diria, como o caduco presidente dizia há 60 anos...: "eu gosto muito de hotéis". É que não dão trabalho nenhum, a pessoa instala-se no sossego, tem o pequeno almoço pronto, arranjam-lhe e limpam o quarto, mudam-lhe as toalhas; enfim, meritório o dinheiro que se gasta. Ou gastava.

E no tempo em que ia ao Corte Inglês, eu que gosto tanto de compras... Nas paragens do acaso. Aqui reparando nos belos edifícios antigos, com as varandas no último andar. Certamente que agora será mais para contar os aviões.



 

O CCB, já será agora sem "Berardo", as voltas que o mundo dá. Sei que até o jardim da Praça do Império em frente foi "requalificado", andei a espreitar por aqui e não parece mal. Hei-de lá ir ver. Sou absolutamente contra a reclassificação da História, a remoção de símbolos dos Descobrimentos, os dos nossos navegadores, os das Colónias, etc. Penso. Assumir os tempos idos que hoje nos são (quase)incompreensíveis.


Não costumo... mas achei imensa graça a estes passantes/visitantes porque a senhora tirou mesmo o sapato e foi descalça por ali fora.

E isto foi em 2010, uma exposição variada, nomeadamente de Arquitectura, de que procurei referências mas não encontrei. De qualquer forma, este cartaz dos despejos é perfeitamente - e mais ainda, se calhar - actual. Com as trapalhadas das rendas, dos juros, dos velhos inquilinos, dos alojamentos locais e dos véus de encobrimento de rendimentos, as casas devolutas, a capitalização nas mãos de estrangeiros endinheirados... Enfim, não "há liberdade a sério".
Silhuetas


Na ocasião li isto, infelizmente não tirei fotografia ao nome do escritor mas lembro as linhas finais:

"Como era essa sua casa? Era uma casa."

Então pergunto-me: como é possível que as pessoas, as famílias, as crianças, todos e cada um, não tenham uma casa, um lugar para viver decentemente?


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