Sunday, 30 July 2023

Pelo interior do Minho - Arco de Baúlhe

Desta vez não sei onde vi "o anúncio" de uma casa... mas era para ir inspeccionar, quiçá interessante! Como à época não tirava sistematicamente fotografias às placas, tento agora rever os caminhos no mapa. Encontro Arco de Baúlhe por uma indicação de rua e anúncio do restaurante onde almoçámos, "O Caneiro". Vá-se lá saber agora como descobri semelhante! Portanto fomos para a zona de Cabeceiras de Basto, bem adentro do Minho. Gosto muito da autoestrada A7, lá vai ela por montes e vales. Um mês de tanto verde-esperança, aproveitava-se a saída, claro! 



 

Este anúncio numa porta fez-me agora lembrar as trapalhadas das notícias actuais, os  "amigos" que andam por aí a fazer favores, monetários e afins, uns aos outros

E como gosto sempre de espreitar as casas e as lojas da província...




Cá está a notícia na parede do restaurante
e a beleza do lugar
tal como o sabor da refeição

Fiquei feliz por descobrir, agora, que a água é do Rio de Ouro, um afluente do Tâmega


E pelo formato do monte, julgo ser o Alvão ao longe.



Saturday, 29 July 2023

Ida a Rio Mau e Páscoa - Abril 2011

Não sei como nem onde: a minha procura - alienada a uma ideia peregrina, talvez - durou anos, de diversas formas. Serão dezenas. Desta vez, um telefone, a  senhora simpática, vivia sozinha, tinha uma grande parte da casa livre... Lá se foi a Rio Mau, 30 km do Porto, na beira-rio Douro. Subida íngreme, vista de rio, sim. Tão parva fiquei que até nem tirei fotografias à casa, apenas a pormenores.

Havia uma japoneira antiga, lá isso...
Tratava-se da casa dos pais ou avós??? que tinham morrido. Penso que a mulher era enfermeira??? Levou-nos pelas salas, com muita conversa: "que podíamos ficar numa parte e íamos arranjando o resto...". Basta ver:

Na decrepitude, no imenso pó, no "antigamente", encontrei o retrato da Santa Teresinha que, juntamente com a Nª Srª da Conceição e os anjinhos assexuados, estavam no quarto que partilhava com a Vitorinha. Só isso me fez sorrir.


Salvavam-se as vistas do rio e as flores à sorte

Desfizemo-nos do investimento que a senhora pretendia, "que não era isso que se procurava".

Apontamento: uma Páscoa com algumas das coisas que deve haver: alegria com amêndoas, flores, livros. 


Fim de tarde pela Av. da Boavista abaixo.


 

 

Fim de tarde e noite na Baixa

Aproveitando as pequenas coisas do fim do dia. No Guarany, um café e bilhares, construído em 1933, de preciosos murais. Lembro-me que na subida da rua Elísio de Melo (parte das janelas laterais do café ficavam abaixo do passeio) os homens escolhiam as mesas para ver as pernas das mulheres que passavam. Quem andava pela baixa, como eu que trabalhei anos na Av. dos Aliados, sabia disso e mudava o percurso. Deixou de ser um simples café, renovou-se mas mantendo parte da decoração original, tornou-se restaurante de €€€???


Creio que em 2003, foram colocadas os enormes painéis e as pinturas de Graça Morais, "Os Senhores da Amazónia" e "Os Filhos da Amazónia"



Ao acaso, a noite



Inventa-se uma árvore, espreita-se uma lua...


Ainda na (minha) zona

No final de 36 anos de trabalho, a minha vida resumiu-se em papeis (em Março se teve "a entrevista", em Abril se resolveu o imbróglio). Em Gaia, num advogado da família que sulcou fundo o meu caminho, conheci-os todos, era ele ainda uma criança. Com escritório e documentos para assinar: nada a compensar tantos anos esforçados, nada a declarar, a não ser que, finalmente, fui vencida. Pela doença, pelo  cansaço. Um vácuo de poeira. Fechar a porta, digo, mas penso que para mim está sempre entreaberta. Fica apenas o registo do lugar, fotografia, dessa ida atormentada.

Pelo Carmo, onde me falam as pedras de passagem

A entrada da Faculdade de Ciências. Por ali, no átrio, tenho uma visão que nunca consegui confirmar: a exposição de uma baleia completa, enorme (eu seria muito pequena!) com as suas barbas-dentes e tudo

 

A minha Escola Primária, o mesmo portão, as minhas histórias das colegas, das escadas para as salas, para o pátio do recreio, o corredor para a divisão em pedra, escura e húmida, onde ficávamos sentadas quando chovia. A palmatória, que aliás havia também em casa: a "menina dos 5 olhos"... o medo. Curiosamente, lembro uma única professora, 3ª ou 4ª classe, a D. Elvira, a melhor. E a cara má e corada da "servente" que nos ordenava tal isto e tal aquilo, e castigava: essa não a esqueço

Ida a Penafiel, à Aveleda, com MA. Sempre levo as pessoas com quem me dou (ou dava) aos sítios bonitos ou interessantes que conheço.

Urbano Tavares Rodrigues (1923-2013), homenagem da Câmara de Penafiel, na "Escritaria" de 2008:

"Não andei pela vida sozinho. Gostei das pessoas detestei algumas ainda hoje detesto, as que se nutrem do suor e da morte das criaturas que para elas são apenas números."


 

Armanda Passos (1944-2021). Descobri tarde as suas figuras de mulher, tantas e coloridas, oníricas, como se viessem de um mundo sensorial, apenas silêncio no olhar, pisando o ar com os seus pés deformados

Em Penafiel, ruma-se à Quinta da Aveleda com os seus cânticos de sol e verde. Por certo tenho a percorrer, novamente, os caminhos das camélias antigas. Deixo a visão de outras flores e outras veredas
"Forget-me-not"

O som e os tons das águas





Um lago e jardim que são um encanto, como um lugar no Oriente




Há uma varanda de vista eterna, para as vinhas e para os montes. Voltamos à Aveleda muitas vezes, apenas deixamos de o fazer quando começaram "as visitas guiadas".