As voltas na zona: Palácio

Julgo que a determinação - que não é minha - do "destino", me faz andar sempre à volta dos mesmos lugares. Por razões várias que só eu sei e conheço, movo-me durante décadas nas mesmas áreas. Agora, de longe, cada vez mais ressalta e se confirma esta reflexão ocasional.

Este é apenas o chão da casa-lugar onde nasci: sou capaz de reconstruir de memória o Palacete do Snr. Vasques e este muro onde estava encostado o bairro, a casa da minha avó era a nrº 5. Os meus olhos curiosos sempre debruçados para os jardins das traseiras e o vaivém das criadas, fardadas de avental e touca branca, e jardineiros

Onde era uma quinta enorme, que ia até à Rua Miguel Bombarda, há a reconstrução da casa de pedra antiga, dois velhos plátanos que conheci, e um grande lote de apartamentos. A camélia fica de lembrança, todas as que via da janela de casa foram cortadas. Por vezes, sonho com esse lugar que não existe.

E um Centro Comercial: as vezes que me vejo obrigada a ir lá... Onde ficou o sonar interior do meu pequeno coração, o gesto dos meus passos e as nuvens dos meus sonhos e pesares, até aos 11 anos.
 

Os fantasmas das paredes onde se pode imaginar a existência das divisões de uma casa. Passo, a seguir, para o Palácio, os jardins à volta do pavilhão-cogumelo

...e, é claro, a exposição de Camélias. É-me sempre (quase)impossível escolher, tentei juntar aqui as "mais diferentes" das dezenas de fotografias que tirei

Não sei que dizer perante a diversidade e a delicadeza.