Thursday 18 July 2024

Os amores de Paris

Paris de França! Era um lugar de passagem e de sonhos recuados no tempo. Alguns dos nossos amigos se acolheram na Cidade das Luzes, nos anos 60/70, fugidos do nevoeiro das ideias, das correntes e obstáculos, do poder ditatorial e da guerra. Em 72/73 passávamos lá por ser Paris. Apanhávamos o comboio da noite em Victoria Station, Londres, atravessávamos o estreito de ferry boat e mal víamos as rochas brancas de Dover, e Calais muito menos. Chegávamos de manhã cedo à Gare du Nord e, não sei como, íamos guardar o que trazíamos, provavelmente à Gare de Austerlitz donde sairia o comboio à noite, rumo a Portugal. Um dia inteiro em Paris dava-nos para passear o que fosse possível, os pés ligeiros e a mente desperta. Há memórias fotográficas, de cores esfumadas e gente que já não (nos) existe.

Mas nestes dias soltei a memória, já não sei porquê, coisas relacionadas com o PPP... a propósito das pontes de Paris sobre o Sena. Mais de 30, diz o informador geral a que recorro. Por curiosidade, a mais antiga chama-se Pont Neuf e foi construída na passagem do séc. 16 para o séc. 17. O que lembrava do meu livro do 1º ano do Liceu, anos 60, onde comecei a aprender Francês: o texto "La source d'un grand fleuve", lá estava o Sena!

1972/73

Apeteceu-me juntá-las aqui, de algumas nem sei o nome. Estas a seguir são já de 2001, Março gelado mas solarengo, o Sena um pasmo de margens transbordadas.


Desanuviando a paisagem, em 2015:

Não andámos de barco de turistas, fizemos o caminho das pontes, saindo e entrando no bateau bus. Por isso, notando as pontes, em acasos. Algumas só muito depois, em casa, tentei nomeá-las

Pont Alexandre III, a mais vistosa com as sua arquitectura majestosa e brilhante

Passagem Solferino e os excessos das "recordações"

Pont des Arts

Pont de l'Alma

Pont d'Iena e Torre Eiffel

Pont Bir-Hakein

Pont des Invalides

Pont Grenelle onde se instalaram mundos provisórios

De outras passagens, mesmo sem a certeza dos nomes e desfocadas, gosto de as ver aqui












E claramente visto o fim de dia virado a ocidente, as delicadezas em vidro do Grand-Palais que nesta sobreposição ficam tão bonitas!

Nada é igual de cada vez que se olha...

Nada é igual de cada vez que se sente!


1 comment:

M. said...

Tiveste uma boa ideia em pô-las aqui. Inesquecível cidade esta. Uma pena imensa tenho de não ser provável voltar lá. E tanto fica por conhecer na nossa passagem por este mundo! Tão estranho e tão verdadeiro é este pensamento.
M