Friday 16 August 2024

Da Pintura

Uma das minhas preferências por Pintura. Letra "grande" porque há uns meses dei a uma cooperativa parte dos meus apetrechos, lápis, telas, pincéis, cavaletes. Tempo de pintar que passou e que bem me fez ao espírito, muletas de há 20 anos, num período crucial da minha vida de sobrevivente.

Entre meia dúzia de pintores dos mais amados, escolho Turner e Klimt. Deste último tenho mais representações em livros do que fotografias dos quadros. Mas no ano 2000, em Viena, procurei-o, visitei propositadamente o Pavilhão Secession, apreciei os seus murais Arte Nova, e estive em frente ao "O Beijo". Na fachada do belo edifício encontra-se inscrito, em tradução livre que encontrei: "A cada tempo, a sua arte. A cada arte, a sua liberdade". Este quadro representa para mim um outro tempo de romantismo e a Ternura. Donde me surgiu a ideia de o copiar e pintar eu mesma, para uso caseiro.

A primeira vez que vi ao vivo um quadro de Turner (1775-1851) foi na Gulbenkian, início dos anos 70 ??? Andará algures nas fotos guardadas uma imagem dele, um naufrágio. 

Fico fascinada com a luz e as sombras que as suas obras mostram e escondem. Para mim, há uma semelhança com a luminosidade dos quadros de Caravaggio (1572-1610), nascido 200 anos antes. Além de apreciar os temas do mar, água, que Turner tão profusamente representou.

A caminho da Tate Britain:


E, se nada parece o que é, aqui tive a percepção que alguém do sul da Europa ali vivia e secava roupa à vista e numa corda. Coisa que não é comum por lá, afinal atravessávamos a zona próspera de Chelsea.

Chegada. A propósito, Henry Tate foi um negociante de açúcar e filantropo que deu origem à construção do edifício em Millbank para reunir a sua colecção de arte.



De olhar para o alto e admirar as cúpulas em vidro, não me canso.



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