"Figura de Branco" 1906, de Sorolla Bastida
Sophia Melo Breyner Andersen tem, logo no início da exposição, o tema do MAR, tão querido aos portugueses, aos poetas, aos pescadores...
"Quando eu morrer voltarei para buscar
os instantes que não vivi
junto do mar"
"As Idades do Mar" (até ao próximo domingo, 27.1.13) está na Fundação Calouste Gulbenkian.
Não é permitido tirar fotografias. Gostaria hoje de rever - as normas - no Louvre, o Museu d'Orsay, a Tate, a National Gallery, o British Museum, a Courtauld Gallery, os museus de Viena, de Madrid: na maior parte deles pude fotografar, evidentemente sem flash, as obras que me "tocavam" e queria "guardar" nas imagens que são a minha memória terna-preciosa-eterna (enquanto eu viver!).
Relembro "as idades": dos Mitos, do Poder, do Trabalho, das Tormentas, a Efémera, a Infinita. Reunião de esforços conjuntos de importantes museus da Europa, lembro-me (e sempre) de Turner, de Monet, de Ingres, de Caspar David Friedrich, Constable, Hopper, Klee, Skapinakis, Henrique Pousão, Vieira da Silva, José Malhoa...
Foi uma FELICIDADE vê-la!
Sunday, 20 January 2013
Sunday, 25 November 2012
Mais Sombra que Luz
Ver o sol ... ao minuto, perceber a mudança e o triunfo da noite.
Até um breve dia-outro-dia, todavia irrepetível.
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Sagres 30.9 II
Fascínio de Luz e Sombra
Soltar a luz, sendo que sou uma pessoa da noite.
Sempre o incansável fascínio do pôr do sol que se arranja, desarranja em cores e tons.
Até o verde água, o rosa das crianças e do algodão doce.
Um cavalo negro cavalgando as nuvens.
O fogo subindo, descendo no ocaso.
No acaso de todos os dias em que há horizonte.
Eu pasmada e parada.
Era este um dia festivo, há muito tempo.
Sempre o incansável fascínio do pôr do sol que se arranja, desarranja em cores e tons.
Até o verde água, o rosa das crianças e do algodão doce.
Um cavalo negro cavalgando as nuvens.
O fogo subindo, descendo no ocaso.
No acaso de todos os dias em que há horizonte.
Eu pasmada e parada.
Era este um dia festivo, há muito tempo.
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Sagres 30.9
A outra ponta do rectângulo
... é o que hoje me apetece.
Sagres.
À solta, vinte e tal anos depois. Com muitas casas e condomínios, as aldeias abismadas - ah... o mar vai sobrevivendo.
Ao entulho, ao entorno.
E virando as costas a terra, como o Infante D. Henrique, vemos a vastidão de outros mundos.
E se não vemos, lemos, sabemos.
Esta era madrugada dum dia a seguir a outro.
Raramente as vejo, às madrugadas, ou me levanto para as ver. Só nos pesadelos. Ou o alvoroço. Do passado que assalta, capa negra.
Que muitas madrugadas são a escuridão na varanda, no rectângulo pequeno de céu, nos fechados olhos dos prédios.
Contudo, esta era nova, doce e virada a Sul.
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Sagres em 1.10.12
Monday, 5 November 2012
Outono (há 2 anos) e agora?
A minha homenagem ao Outono. O silêncio e o abandono.
Repetida, repensada, rebuscada na memória.
Porque me apetece tê-la toda reunida nas vozes do interior. Forrada a terra, a alma.
Das ervas, folhas secas, reflexos, cogumelos da beira de água. As cores e a distância são absurdas, a um passo de pintor, a uma hora de caminho.
E onde o caminho?
Todos os lugares (me)levam a nada. A volta é certa.
Somente fruo o fruto, um dia flor e tão logo semente, levada pelo tempo.
Encalhada. Aqui.
Repetida, repensada, rebuscada na memória.
Porque me apetece tê-la toda reunida nas vozes do interior. Forrada a terra, a alma.
Das ervas, folhas secas, reflexos, cogumelos da beira de água. As cores e a distância são absurdas, a um passo de pintor, a uma hora de caminho.
E onde o caminho?
Todos os lugares (me)levam a nada. A volta é certa.
Somente fruo o fruto, um dia flor e tão logo semente, levada pelo tempo.
Encalhada. Aqui.
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Outono 2010-SPSul
Wednesday, 12 September 2012
Soltas, as coisas
... que gosto, e são tantas que. De uma ponta a outra dos olhos viajantes.
Deixo aqui as que vi há pouco tempo, as que vou rever daqui a uns dias.
Ambos horizontes de grande ternura.
Falta-me tempo para descrever - imediatamente - as ruínas de Santa Clara-a-Velha, a beleza sóbria de Santa Cruz, as ruas a pique de Coimbra, as hortas, as portas...
a imensidão das serras à volta de Arouca, o som do vento nas árvores, a abundância de pedras que "falam", a diversidade de azulejos, casas, esquinas... e tanto, tanto mar espreitado por essa costa abaixo, tanto sol, tanta nuvem, tanto espaço.
Talvez no Inverno me retome
e me dê a fome,
à caça das lembranças.
Deixo aqui as que vi há pouco tempo, as que vou rever daqui a uns dias.
Ambos horizontes de grande ternura.
Falta-me tempo para descrever - imediatamente - as ruínas de Santa Clara-a-Velha, a beleza sóbria de Santa Cruz, as ruas a pique de Coimbra, as hortas, as portas...
a imensidão das serras à volta de Arouca, o som do vento nas árvores, a abundância de pedras que "falam", a diversidade de azulejos, casas, esquinas... e tanto, tanto mar espreitado por essa costa abaixo, tanto sol, tanta nuvem, tanto espaço.
Talvez no Inverno me retome
e me dê a fome,
à caça das lembranças.
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Lx e C.Velha 2012
Thursday, 16 August 2012
Reclamação arrastada (há meses)
Não é costume nem este é o sítio - das minhas coisas à solta!
Há sítios próprios para desabafar e reclamar (haverá?).
Mas estou farta, há meses que estou farta e enredada em papeis e burocracias, ele é nas finanças, ele é nos registos, ele é nos "sistemas de saúde", ele é no banco estadual, ele é nas companhias das águas, dos telefones, das electricidades...
As "caixas" são centros de saúde ou pólos ou associações fantasmas não sei de quê, ou seja, de subsídios combinados entre os cangalheiros e "elas", as caixas, as previdências.
As "finanças" são AT, chamam-se "autoridades tributárias e aduaneiras", mesmo que eu não seja importadora ou exportadora de nada que passe pelas alfândegas. E os meus tributos estejam todos em dia.
E os ptacs, os "porvires".
Vai-se a uma repartição (será repartição ou pólo?) e enfileira-se. Depois, a pessoa entronizada pelo estado que eu sustento, entrincheirada atrás dum balcão, dum vidro, nem me olha, olha para um écran de computador como se ele fosse o oráculo de Delfos, um interlocutor preferencial. Escreve a custo, sai do lugar e vai a umas estantes já meias tombadas pelo peso das pastas das vidas, vidas só daquela repartição - que fará por esse país fora...! - volta, com os olhos ocupados. E de novo estuda, interessado, uma caixa preta ou cinzenta, sempre de costas para mim que não posso "aceder aos meus dados" - e como um galináceo a bicar as teclas, escreve números e siglas.
Pede mais "registrações e comprovações". Estende-me o papel vomitado por outra máquina (ah... tenho de conferir não vá ele /ela terem-se enganado, a prestação, o filho no colégio, a dica da semana, a avó no lar...) para assinar, pelas pontas dos dedos, nem bom dia nem boa tarde, "senha 37" ladra uma televisão quadriculada de As, Bs e Cs. E Ds.
Um enredamento; e eu sou uma simples e única filha que ficou sem pais em três meses, com uma mais que modesta herança para tanta vida trabalhada num "estado", uma fracção dum imóvel que eu desejo mover o mais depressa possível.
Mas para isso, tenho de dar bons saltos, olá se tenho!
Não vá escapar-se-lhes alguma migalha.
Com tanto casa e tanto "calão" ao alto!
Depois de ter "facultado" a uma divisão cartorial (ou notarial?) 5 + 6 documentos, da vida, da morte, do primeiro herdeiro, do segundo herdeiro, da conta bancária, do jazigo, da propriedade... tenho "um appointment", só pode ser, assim coisa importante, His Majesty The State, para o dia x, do mês y.
Eu só me pergunto como anda a dormir esta gente toda, 10 milhões??, ou uma boa parte deles, e como tantos escapam às malhas das autoridades, aduaneiras e outras, como se fintam dos cambalachos, nos bancos, nos julgamentos, como se escapam os dinheiros vivos, os partidários pagos, dos magistrados, dos ministérios (da defesa ou justiça), das leis que andam a boiar à espera do chico espertismo que as saiba cornear.
Leis feridas de morte.
Pela democracia burocrata que persegue, e castiga, e exige, dos cidadãos anónimos, em vez de andar atrás dos ladrões. Sim, os ladrões. Esses que opinam, que botam alarvidades, que são antigos "isto e aquilo", que se acomodaram como vermes ou piolhos nas costuras.
Com diligentes seguidores nos locais públicos. Onde nós pedimos "por favor" que nos ponham em ordem com a ordem estabelecida.
Higiene no pensar. Parcimónia no poder.
Cultura. Bom senso. Honestidade.
Precisam-se.
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Papeladas ocas
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