Thursday, 8 February 2018

Holanda - Amsterdam XXIII - Rijksmuseum IV

Antes de tantas outras coisas que me chamaram os olhos, fui procurar as "casinhas", levava essa ideia daqui. Do livro lido em tempos, "O Miniaturista"  de Jessie Burton, uma fascinante leitura.
Sendo tão difícil, com tão pouco tempo e tanto para ver... um acaso fez-me encontrar "a mãe e o filho", pessoas do grupo que, precisamente, voltavam dessa sala de exposições. Um casal de ternura, gente educada e atenta, soube em conversa que a Senhora tinha sido professora de piano. Seria a delicadeza e o meu gosto pelo piano que me fazem ainda recordar essas duas pessoas, enquanto que tantas outras se me varreram da memória (ou o empoamento, mesmo o pó que pousa nas várias personagens bizarras e pouco educadas que encontrei).
Desde essa saída ocasional, nunca mais os vi. Fico a pensar "no acaso" das culturas e artes, porque muitas vezes nos cruzámos nos mesmos lugares da viagem e falámos, naqueles pequenos dias.
Havendo descrições que me deixaram em dúvida entre duas mulheres distintas - Petronella Oortman e Petronella Dunois - de épocas idênticas, remeto-me para as maravilhas do "hobby" a que se dedicaram ambas: por essa altura, era um símbolo de riqueza, uma forma de entretimento para as mulheres abastadas, tal como as colecções dos cavalheiros, necessariamente com outros gostos.

Retrato de Petronella Dunois, por Nicolaes Maes (1634-1693), c. 1676




A pintura de Jacob Appel (1680-1751) da casa de Petronella Oortman, pintada c. 1710 mas cuja preciosa colecção de miniaturas se perdeu.

O que me fascinou e não cansei de ver: o mundo em escala verdadeira e pequeníssimo, desta maravilhosa colecção, desde as miniaturas das peças de porcelana, aos quadros, tapetes, as mobílias, as bonecas e o seu vestuário, as variadas divisões da casa...






A cozinha, a criada, a despensa...
O sótão e as roupas a secar...

Mesdames et Messieurs...


Não medi mas vi!

Até tenho dificuldade em pensar quantas casinhas vistoriei, aproximando os olhos e a máquina aos pormenores mais pequenos que o meu dedo mindinho!!!

1 comment:

M. said...

Impressionantes todas elas. Pelo menos as donas destas casinhas tiveram, pelo menos aparentemente, uma vida em dimensão maior do que as das suas miniaturas... O gosto pela Arte uniu-as de forma muito bela.