Um outro ano, um regresso sempre
de Maio e de Setembro, a ilusão de pertencer ora ao lado donde nasce o sol (de Espanha) ou ao lado donde se põe, onde me fico a norte no resto do ano, o nosso mar Atlântico mais ocidental.
Um melro de Maio
um manjerico de Junho
Uma Lua que anuncia o solstício de Verão
Os azuis de Cacela Velha
O atravessar
Reconto as conchas, pequenas conchas que já não tenho lugar para as grandes. Tiro fotografias às pedras para não as carregar.
Os caprichos das nuvens, sempre diferentes
Sinto-me encontrada num mar-de-céu em chamas
ou numa Lua ainda escondida
Espreito o vôo dos flamingos, reconheço-os pela elegância de me parecerem notas musicais numa sinfonia azul-claro
e as ervas, as ervas com que perfumo os dias e as saladas
Até voarem para o sapal as últimas aves e restarem os recortes da noite anunciada.
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