Em
andando fora de casa ou se volta rapidamente ou se "inventam" motivos
para ir mais longe. Calhou dessa vez pensar em Camilo Castelo Branco
(1825-1890) e S. Miguel de Seide, para os lados de Vila Nova de
Famalicão, onde viveu os seus últimos anos. Considerado um génio da
literatura portuguesa, um escritor profissional (tradutor,
crítico, dramaturgo, historiador...), produziu 260 obras, a maior parte obras
românticas, trágicas e de descrição de acontecimentos da época. Dá assim uma
perspectiva histórica desse período, rico em personagens e
acontecimentos, demonstrando um profundo conhecimento humano. O seu humor e ironia, uma vida de aventureiro, a sua
ligação com Ana Plácido (casada com um comerciante portuense), as desgraças que o foram atingindo, haviam de o
deixar na História da nossa literatura como um escritor controverso e profícuo, multifacetado. Não é um dos escritores que aprecie, se calhar porque lhe
conheço pouco a obra... mas gostei de saber "desse tempo" em que viveu,
e as descrições com que tantas vezes chocou os seus contemporâneos. Trágico, amargurado e doente, Camilo Castelo Branco suicidou-se com uma pistola, nesta casa.
A
Casa de Camilo é um museu tranquilo e muito bem reconstituído, por onde
se anda, vê, lê, e percorre a vida do escritor e da mulher com quem
passou o resto do seu tempo, depois de tantas vicissitudes: Ana Plácido. Não sei onde li, ou donde sei, que Ana Plácido se sentava no muro do jardim e falava com as pessoas que passavam: "dizem" que daí viriam muitos dos factos que Camilo romanceou.
A Robinia (acácia-bastarda) plantada pelo seu filho Jorge, na entrada da casa
Dos interiores
Dos inúmeros escritos de Camilo espalhados pela casa, com fotografias da época e trechos da sua vida
Na Cadeia da Relação, no Porto, onde estiveram Camilo e Ana Plácido, culpados do crime de adultério. Seria o pai de Eça de Queiroz, advogado, que iria conseguir a libertação de ambos.
Em frente à casa, foi construído um edifício por Siza Vieira (só podia, com aquelas linhas!), o Centro de Estudos Camilianos, inaugurado em 2005: auditório, manuscritos, sala de leitura e de exposições temporárias. Por lá se derivou que o sítio convidava.
Não sei onde me apareceu a transparência...
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